A Carta Capital e seu artigo com erro de hermenêutica

29 de setembro de 2022

Design sem nomeAssinado por Ana Ester, em 7/9/2022, na revista Carta Capital, foi publicado um artigo sob o título “A ‘família cristã’ evocada a partir da Bíblia, na verdade, não existe”.

Numa certa altura do seu pensamento, defendendo uma flexibilidade no conceito do que vem a ser família, a autora afirma: “A “família cristã” se evocada a partir da Bíblia, na verdade, não existe. A Bíblia mostra diversos tipos de arranjos familiares que desestabilizam qualquer modelo único ou exclusivo de família. Por exemplo, na Bíblia existem algumas narrativas de homens casados com várias mulheres, como Elcana, que tinha duas mulheres, Ana e Penina (cf. 1º Samuel 1, 1-2). Existe, também, o exemplo de Salomão, que tinha setecentas mulheres, princesas, e trezentas concubinas”

Sim, não temos somente esses casos de exemplos familiares no Velho Testamento. A autora poderia ter mencionado a família de Abraão, de Jacó, de Davi que praticaram a poligamia.

A Bíblia não tem nenhuma dificuldade em relatar a vida de homens e mulheres que foram usado por Deus, a despeito dos comportamentos familiares.

A autora, entretanto, poderia ter lembrado que em todos esses exemplos de comportamentos familiares, há história de traição, homicídio, divisões de povos que até hoje trazem dor e derramamento de sangue, como o caso das consequências do conflito entre Isaque e Ismael.

O artigo tem um claro viés de desqualificar a família cristã de acordo com o pensamento cristão conservador.

A autora, para defender, os vários possíveis de modelos de família, usa, como já afirmamos exemplo do Velho Testamento. Esses modelos de família nunca foram aprovados por Deus, foram apenas tolerados.

Para termos um conceito de família cristã, nossa base não deve ser o Velho Testamento, mas os ensinos de Jesus e dos apóstolos.

No Novo Testamento, não vemos nenhuma possível alusão de apoio a esses comportamentos e modelos familiares do Velho Testamento.
Os ensinos de Jesus e dos apóstolos todos apontam para ideal de Deus antes da queda.

Muitos, por exemplo, usam o argumento de que Jesus nunca abordou sobre a prática da homossexualidade. Mas se esquecem das palavra do próprio Jesus  em Marcos 10.6,7, onde diz: “Entretanto, no princípio da criação Deus ‘os fez homem e mulher’.  Por esta razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua esposa”.
Paulo cita, em Romanos 1.20-32, o pecado da homossexualidade. Por isso, na teologia, verdadeiramente cristã, não há base para aceitação da união homoafetiva.
Paulo, em 1 Timóteo 3.12, assevera: “Os diáconos sejam maridos de uma só mulher”.

Nenhum apóstolo de Jesus praticou a poligamia.

O saudoso pastor João Filson Soren dizia aos seus alunos, entre eles esse articulista: “Nossa conduta deve ter como diapasão o Testamento Novo”.

O problema, dos que defendem modelos espúrios de família, é que leem e interpretam a história bíblica sob a ótica de suas ideologias e não são submissos aos ensinos de Jesus e dos apóstolos, acima de tudo. Além de cometem crassos erros de hermenêutica.

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Por: Gilson Bifano

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