Mil Vezes Boa Noite

28 de maio de 2021

milNão recomendado para menores de 14 anos, por conter cenas chocantes de guerra, Mil Vezes Boa Noite é um drama que foi lançado em 2014. Dirigido por Erik Poppe, tem em seu elenco a sempre excelente na atuação, Juliette Binoch, a Rebecca; Nikolaj Coster-Waldau, o Marcus; a adolescente Lauryn Canny, é Steph e a pequena Adrianna Cramer, Lisa.

Numa terra ressequida e distante, Cabul, mulheres lamentam a morte de uma delas. Entre lamentos e fotografias, e surpresas, a cena é registrada por Rebecca Thomas, uma renomada fotógrafa de guerra. Em seguida, vemos a cena de uma mulher-bomba sendo preparada para a ação. Momentos tão inusitados, quanto tristes e terríveis, são captados pelos olhos e câmera fotográfica, rapidamente. Através das fotos de Rebecca, o mundo toma conhecimento dos horrores que ocorrem nas guerras, o que pode conduzi-lo à sensibilização da causa.

O filme nos faz refletir sobre tema tão relevante, assim como também sobre a família.

Entre lençóis esvoaçantes a menina Sara corre e ri; em uma bela e tranquila praia, Marcus espera… Tão bonito sonho se contrapõe ao momento mortal em que Rebecca se encontra, pois fora ferida na explosão da mulher-bomba em um carro.

A partir daí, ela começará a viver o drama de continuar seu bem sucedido e importante trabalho ou dedicar-se apenas a seu esposo e as duas filhas, que vivem cada dia temendo perdê-la, devido aos riscos de sua profissão e sentindo por vezes e vezes a ausência da pessoa querida que os faz conviver com a falta, com a saudade.

Apesar do início belicoso, as cenas de guerra são poucas, pois este é um drama familiar sobre o peso das escolhas de Rebecca em sua vida pessoal. As filhas temem por sua saúde, o marido não consegue lidar com o risco constante de perdê-la. Então ela se vê obrigada a escolher entre ser militante engajada e mãe/esposa negligente ou esposa e mãe presente e cuidadosa.

A escolha de Rebecca nos leva a refletir até onde a família realmente é colocada na posição maior. Até onde anseio, realização, luta por boas causas, posição, sentido de abnegação, cumprimento das tarefas, do dever, a obsessão e teimosia, entre outras coisas, pode levar alguém a acreditar que sua “missão de vida” é mais relevante do que seu cônjuge, seus filhos?

Vivemos um tempo de tantas coisas importantes para fazer. Tanto trabalho a realizar. A realização a conquistar!

Ah, mas sempre sobra um tempinho para a família, não é? Um tempinho… Sim, há o tempinho. Um tempinho pro amor, um tempinho pra um colo, um tempinho pra uma conversa, um tempinho pro lazer. E de tempinho em tempinho os filhos se isolam em seus mundos e o cônjuge se conforma ou busca atenção de outra forma ou em outro alguém, que até pode ser os filhos ou os netos…

E então a pergunta não se cala: será que o trabalho, tão relevante, justifica a tão pouca participação na família?

Mil Vezes Boa Noite é um filme que vale a pena por nos fazer ver uma realidade tão sofrida, nos fazer refletir sobre as prioridades e até mesmo para pautas e conversas posteriores.

“E EM TI serão abençoadas todas as famílias da terra.” Gênesis 12.3

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Por: Elizabete Bifano


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