Tristeza no Natal

11 de dezembro de 2018

SONY DSCMais um ano está findando.

Muitos já estão pensando nos preparativos das festas de fim de ano. Em breve começará a correria para as compras de presentes, roupas e sapatos novos e as comidas e bebidas das ceias.

O que significam essas festas para você e sua família? Qual o propósito disso? As respostas a estas indagações poderão ser várias.

Com certeza, muitas famílias se reúnem para as festas de fim de ano com o propósito de diversão; para outras, é a oportunidade de reunir familiares que não se vêem nos outros meses do ano; também pode ser como uma tentativa de reaproximação ou reconciliação; outras, ainda, com a intenção de fazer um culto em família.

Certamente as intenções com relação a todas estas coisas são as melhores, mas qual será a real validade disso?

O Natal é uma data muito significativa para os cristãos porque é comemorado o nascimento de Jesus – O Salvador. Porém, essa é uma data simbólica; ninguém sabe em que dia Jesus nasceu. Por que então atribuímos a ela o grande poder de fazer milagres?

O Ano Novo, geralmente, enche as pessoas de expectativas, novos planos, esperança de realização de sonhos. No entanto, os minutos e segundos que separam o velho e o novo ano não têm o poder, que muitas vezes atribuímos a eles, de apagar, de uma hora para outra, mágoas, ressentimentos, dores, saudades, pressões, etc., pelas quais nós passamos ou que provocamos nos outros.

As festas de final de ano, com certeza, são oportunidades ricas de festejar, comemorar, confraternizar e demonstrar amor. Porém, o ideal é que as relações familiares sejam boas no decorrer do ano todo e não somente no final. Muitos parentes querem, e até exigem, que nesta época do ano haja perdão e reconciliação entre pessoas magoadas e machucadas pela dor, como num passe de mágica.

Por outro lado, Natal e Ano Novo nem sempre são sinônimos de alegria e festa. Para muitos, a saudade e a tristeza é que dão o tom. Há que se lembrar disso.

Para muitos, existe a lembrança triste de um ente querido que morreu. Com as lembranças vem a certeza de que aqueles momentos alegres de outros ‘natais’ não se repetirão. Outros se sentem tristes por não poderem comemorar o Natal de acordo com o costume cristão, pois, às vezes, na família poderá haver um dependente de álcool e associam assim as festas de fim-de-ano com embriaguez. Outros podem experimentar um natal com um ente-querido gravemente enfermo.

Posso afirmar que, nessa época, as luzes piscando, os presentes e as iguarias não têm cor, beleza e nem sabor. Por três vezes passei as festas de fim-de-ano com meu pai gravemente enfermo, vitimado pelo câncer.

Neste Natal muitos pais não terão alegrias pois ainda se lembrarão daquele filho rebelde que deixou o lar. Muitas mulheres, homens e crianças terão seu primeiro natal após a triste experiência do divórcio. Outros ainda estarão com as feridas abertas, causadas por desentendimentos ou por uma briga terrível entre familiares, parentes e até mesmo amigos.

Portanto, não é porque é Natal que as pessoas deixam de ter sentimentos; não é porque é Ano Novo que as pessoas podem esquecer lembranças dolorosas. Muito pelo contrário, aí mesmo é que tais sentimentos e lembranças afloram mais intensamente, pois a supervalorização que é dada a essas festas faz com que muitos que estão sofrendo se culpem ou tentem negar a sua dor.

O nascimento da Criança ou de um novo ano está relacionado à alegria, mas também à dor. Aqueles que podem festejar, que festejem! Aqueles que precisam chorar sua dor, que chorem. E aqueles que crêem que Deus é o Senhor de tudo e de todos, que sejam abençoados na alegria ou tristeza de seus corações.

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Por: Gilson Bifano
Intagram: @gilsonbifano


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