Decisão de uma vida

1 de junho de 2016

Decisao de uma VidaO filme “Decisão de uma vida” (Sarah’s Choice), da Graça Filmes, é uma ótima opção de entretenimento e informação para a família, principalmente para jovens solteiros e casais que um dia planejam ter um bebê.

A história é muito interessante e propõe uma série de debates e reflexões sobre fatos que acontecem em muitos ambientes familiares. Qual a importância de se levar um namoro a sério? Quais os riscos que uma pessoa enfrenta quando faz a opção de morar sozinha? Quais as responsabilidades que devem ser assumidas e as repercussões que ocorrem na vida de um casal de namorados, quando uma gravidez acontece fora do casamento? Qual o valor da vida humana? Afinal, depois da concepção, a mãe tem o poder de escolher se pode ou não levar a gravidez à diante?

O filme também aborda questões muito sérias como o sofrimento que a maioria das mulheres enfrenta quando abortam; a competição e o preconceito entre os gêneros, presentes em diversos ambientes corporativos; a pressão sofrida por mulheres que engravidam e que precisam se ausentar das empresas onde trabalham, mesmo amparadas pela licença maternidade. Há também uma sutil crítica ao modelo de sociedade capitalista e a cada dia mais hedonista, onde muitos priorizam a satisfação pessoal e os seus próprios interesses. A principal lição que o filme apresenta é a generosidade da graça e do perdão de Deus, criador e sustentador da vida, diante de situações difíceis.

A produção foi muito bem recebida pela crítica especializada, levando em conta que o aborto, principal tema tratado no filme, é legal desde os anos 70, na esmagadora maioria dos estados norte americanos. Com uma história muito oportuna e comovente, trata-se de uma excelente ferramenta de conscientização e destaque dos valores cristãos e familiares. “Decisão de uma vida” foi considerado como o primeiro filme decisivamente pró-vida dos Estados Unidos.

Protagonizado pela cantora e compositora Rebecca St. James, que interpreta Sarah Collins, uma jovem criada em um lar cristão, mas que se afastou da igreja desde a morte de seu pai. Enquanto está à beira de conseguir uma promoção importante no trabalho, Sarah descobre que está grávida de seu namorado Matt Evans, vivido por Julian Bailey, um rapaz imaturo e que não leva a sua carreira a sério. O namoro entre os dois não possui um compromisso efetivo e é baseado apenas na informalidade. Após engravidar, Sarah descobre que Matt não está pronto para o casamento nem para a paternidade.

Sarah vive sufocada pelas cobranças financeiras e determinada a conseguir a tão sonhada ascensão na carreira profissional, mas só há uma coisa que pode impedi-la de conseguir isso – uma gravidez inesperada. Ela encontra apoio na família, com sua mãe e irmã mais velha, porém as colegas de trabalho começam a pressioná-la a fazer o aborto, para não perder a chance de ganhar mais dinheiro e mostrar competência diante do seu principal concorrente à vaga. Sentindo-se insegura e fragilizada, resolve afastar-se do namorado Matt, que por sua vez é aconselhado pelo seu tio, pai de quatro filhos, a não desistir do amor e assumir o seu papel de pai e marido. Diante de tantos dilemas, ela se divide entre manter a vida que cresce dentro dela ou interromper a gravidez. Que decisão Sarah vai tomar?

A vida de Sarah começa a mudar quando surge em seu caminho uma misteriosa mulher que lhe dá um cartão de Natal e diz que ela terá três visões, em forma de sonhos, que desafiarão o seu coração e mudarão o seu futuro. Na primeira visão, Sarah está com o seu bebê recém-nascido e quando acorda percebe que o que está dentro dela “não é apenas um aglomerado de células.” Em sua segunda visão, Sarah tem um sonho em que é seu aniversário e sua filha, agora com seis anos de idade, faz para ela uma linda festa de aniversário, com direito a um passeio de trenó. A terceira e última visão mostra Sarah e Matt já como avós. Sua filha acabou de dar à luz a seu primeiro filho. Sarah então pergunta a Matt: “Você está feliz pelo que fizemos? Você está feliz pelo nosso casamento?” Matt responde: “Ah, fizemos uma escolha e eu acho que escolhemos certo”.

Sarah acorda do sono e finalmente rompe-se em arrependimento. Ela clama a Deus por ajuda, porque está com medo e pede perdão a Ele. Admite que estava com raiva de Deus por permitir a morte de seu pai, mas agora ela agradece a Ele por salvar seu bebê por meio das visões. Sarah perde a promoção no trabalho, mas ganha um presente incomparável. Com um final emocionante, “Decisão de uma vida” traz uma história humana de superação, perdão e restauração. O filme ensina que o amor é mais do que um simples sentimento e que o arrependimento sempre é necessário. Segundo um diálogo entre Matt e seu tio: “O amor é o resultado de lutar por um compromisso assumido. Amor é nunca desistir quando você não consegue mais seguir em frente. (…) Amor é viver pelos outros”.

O filme “Decisão de uma vida” leva-nos a mais uma vez refletir e debater o direito à vida no Brasil. O aborto continua sendo discutido pela sociedade. A cada dia surgem muitos movimentos contra e a favor do tema. É preciso destacar que segundo o Código Penal Brasileiro, o aborto é considerado crime contra a vida humana. Porém, não é qualificado como crime quando praticado por médico capacitado apenas em três situações: quando há risco de vida para a mulher causado pela gravidez; quando a gravidez é resultante de um estupro ou se o feto for anencefálico, desde decisão do Supremo Tribunal Federal, de 12 de abril de 2012. Nesses casos, o governo Brasileiro fornece gratuitamente o aborto legal pelo Sistema Único de Saúde.

Recentemente a Organização das Nações Unidas (ONU) criticou a legislação brasileira e cobrou do Governo explicações sobre o alto número de mulheres que morrem vítimas de abortos clandestinos. Os peritos da ONU insistiram que não são a favor ou contra o aborto, mas alertaram que, seja qual for a lei em vigor no Brasil, a realidade é que milhares de mulheres estão morrendo a cada ano por conta dessas práticas.

Segundo o “Jornal Estadão”, na edição de 17 de fevereiro de 2012, estima-se que esse número chega a 200 mil casos por ano. Porém há um detalhe não percebido pela matéria que é ainda muito mais alarmante: Se é fato que no Brasil morrem por ano cerca de 200 mil mulheres vítimas de abortos ilegais, quantas mulheres não morrem em procedimentos similares? Qual será então o número real de fetos abortados? Quantas vidas deixam de existir em função de abortos ilegais ou não?

Segundo a Bíblia, “os filhos são herança do Senhor, uma recompensa que Ele dá” (Salmo 127.3). Ter filhos e poder criá-los é um privilégio que Deus concede a mulher e ao homem. Sem dúvida, há muitas pessoas que vivem marcadas por decicões erradas tomadas no passado. Muitas são as feridas que vão se acumulando por conta de situações que os jovens criam, sem ter a ideia do seu prejuízo para a alma no futuro. Somente o Senhor Deus conhece o fundamento de nossas decisões e o meio para sarar as marcas dessas decisões.

A Palavra de Deus é a solução e o remédio que restauram as marcas negativas que ficaram de nossas escolhas. Deus cura as nossas lembranças amargas do passado (Isaias 43.18). Ele faz nova todas as coisas, ou seja, Ele as renova (Isaias 43.19). Dos nossos pecados, uma vez confessados e abandonados, Ele afirma não se lembrar jamais (Isaias 43.25). Ele transforma a dor em alegria (Isaias 61.3). No lugar da vergonha e da humilhação, Ele promete conceder dupla honra (Isaias 61.7).

Que você ao assistir “Decisão de uma vida” reveja alguns dos seus conceitos e valores e lembre-se de que Deus nos deu o livre arbítrio, para o nosso próprio bem e para o bem do outro.

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Por: José Paulo Moura Antunes


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