Maridos, Amai Vossas Mulheres

4 de junho de 2021

Design sem nome (6)Os homens parecem estar perdidos e apáticos. Cada vez mais distantes de uma comunicação profunda e franca, tentam sufocar os sentimentos e as emoções, pois não sabem lidar com elas.

Isto não é uma crítica – é a realidade. Também não é uma forma de pressionar – é uma constatação.

Antropólogos, sociólogos, psicólogos e psiquiatras falam e escrevem cada vez mais sobre este assunto.

São muitas esposas a se queixar. Estão por anos a fio expondo suas necessidades de afeto, diálogo e atenção. E esperando que algo aconteça, que alguma coisa se modifique. Lágrimas e mágoas ao mesmo tempo em que se acumulam também se derramam. Enquanto isso, seus corações adoecem.

“A esperança adiada entristece o coração; mas o desejo cumprido é árvore de vida” é o que lemos em Provérbios 13.12. Que grande verdade! A Palavra de Deus é mesmo maravilhosa!

Por que os homens estão assim?

“A chamada crise da masculinidade, antes restrita à intimidade de cada homem, tornou-se pública nos últimos dez anos. Dezenas de estudos de antropólogos, sociólogos e psiquiatras chamaram a atenção para a condição de inferioridade do sexo masculino. Os pesquisadores concluíram que o homem contemporâneo está mais deprimido, acuado e sem identidade social em comparação com seus antepassados.” Diz Sérgio Vilas Boas, da Folha de São Paulo.

O secularismo dá nome de “crise da masculinidade”. Nós, cristãos, devemos dar o nome de desobediência à Palavra de Deus, pois lemos em Efésios 5. 25 e 28:

“Vós, maridos, amai a vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela. Assim devem os maridos amar a suas próprias mulheres, como a seus próprios corpos. Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo.”

Ao refletir nos acontecimentos das últimas décadas, concluímos que as mulheres, desconfortáveis com o papel social na qual a sociedade machista as colocou, resolveram reverter o prejuízo.

Sem dúvida, exageraram. Sobretudo, o casamento, os filhos e os maridos sofrem as consequências. Entretanto, temos de admirar com que garra elas vêm derrubando muros, adequando-se às exigências cotidianas e conquistando seu espaço. Elas mudaram e estão mudando.

Sem dúvida, isto mexeu com o brio dos homens. Eles estão confusos em seus papéis, tocados em seus sentimentos, mas não sabem o que fazer; paralisaram.

Diante de tudo isso eles deixaram de se amar? Parece uma explicação bem lógica, à luz do texto citado acima. Por essa causa tornam-se impossibilitados de amar suas esposas.

Criados à imagem e semelhança de Deus, não deveriam os homens repensar seus valores e pensamentos?

Colocados na posição de cabeça da família, não deveriam eles rever este processo?

Chegará o dia, virá o momento da prestação de contas e o que irão dizer? O Senhor deu ao homem a responsabilidade de cuidar da sua família, de amar sua esposa como Cristo amou a igreja. De que forma Cristo amou a igreja? Entregando-se totalmente a ela, dando sua vida por ela.

Não me parece, nem de longe, ser isso que os maridos estão fazendo por suas esposas. Distantes, frios, apáticos, desprovidos de ações de afeto, frágeis quando atingidos pelos problemas emocionais, incapazes de discutir o relacionamento conjugal e posicionados numa atitude defensiva, muitas vezes parecem meninos perdidos e carentes de mãe.

Se ao menos eles abrissem seus corações e falassem dos seus medos e discutissem seus problemas pessoais…

Veriam que não é tão difícil assim, se sentiriam mais aliviados.

As mulheres estão mais exigentes sim e pressionam seus maridos. Estão cansadas de lutar sozinhas por um relacionamento mais saudável e autêntico. Elas querem mais do que o razoável, elas querem o melhor. Porque sabem que é possível. Acreditam nisso e estão dispostas a fazer o que for preciso para isso.

É o que tenho visto e ouvido há cerca de dez anos como esposa de pastor, psicóloga e conferencista.

 “A primeira barreira a ser rompida é a da comunicação. Educados para agir, indivíduos do sexo masculino, de modo geral, têm dificuldade de solicitar, reclamar, intervir, questionar, discutir problemas pessoais e ser enfáticos fora do âmbito profissional.

O modo como os homens ouvem também sugere limitações. Como costumam prestar pouca atenção no outro, são menos receptivos a falas sinceras e desarmadas.” Resume Sérgio Vilas Boas, da Folha de São Paulo.

Falar, conversar, abraçar, beijar, elogiar, dar atenção, expressar romantismo, caminhar de mãos dadas, ser gentil, olhar para suas esposas com ternura e amor. É o que há para ser feito.

Sabendo disto, agora só é preciso que eles comecem a agir.

Entretanto, não sei se farão. Talvez. Algum dia.

Se não, certamente elas arregaçarão as mangas… Terão de mudar elas mesmas. Mais uma vez.

 

 

 

 

Elizabete Bifano

 


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